Sashimi de lagosta viva acompanhado de sopa miso preparada com a cabeça do crustáceo. Maki de enguia com barriga de atum. Tenras fatias de atum gordo com molho de soja, gengibre e cebolo. A (nada curta) lista de saudosistas do Aya que suspiram de saudades a cada novo sushi que levam à boca já pode respirar aliviada. Há poucas semanas atrás chegou à esquina da Avenida de Roma com a Rua Luís Augusto Palmeirim uma “taberna asiática” que promete trazer de volta os tempos de glória da finada casa das Twin Towers.

Como assim? O Soão foi buscar o chef Luís Cardoso, naquela altura praticamente um adolescente prodígio a comandar as facas do Aya. Hoje é ele quem assina o menu, comanda a cozinha e faz as sugestões especiais da nova casa. Há ainda, a não perder, um já clássico carapau picado com cebolinho, um crocante salmon skin e um maki de caranguejo de casca mole com abacate. Mas o menu não pára por aqui.

A proposta do Soão é extrapolar as fronteiras do Japão e entrar nas dos vizinhos asiáticos. Estão representados na ementa a Índia, com as suas chamuças (aqui de caril de cabra com molho de iogurte e menta); a Coreia, com os seus kimchis e uma saborosa costela cozida a baixa temperatura; a Tailândia e os seus pad thais (noodles de arroz); o Vietname e a sua famosa sopa pho; a China e os seus dim sums… O Japão comparece ainda com um belo balcão de robatas (espetinhos).

A chegada do Soão ao bairro é apenas mais uma razão para a melhor das constatações: Alvalade tornou-se, nos últimos anos, um reduto da melhor cozinha oriental preparada em Portugal.

A pouco mais de 200 metros de distância do Soão (na Avenida da Igreja, 41A) fica outra instituição local, das primeiras a chegar à zona e um dos chineses pioneiros de Lisboa: o Nova Ásia e o seu imenso menu, onde reinam os dim sums cozidos ao vapor como entrada.

O shao mai de camarão e o de vaca são escolhas seguras. Para acompanhar, a cerveja Tsingtao bem fresca é a aposta ideal. Mas principal razão que quase obriga meio mundo a cruzar a cidade para encontrar um lugar à mesa do Nova Ásia é o Pato à Pequim. O clássico chinês é assado e servido com panquecas, tirinhas finas de alho francês e um molho agridoce aveludado.

Da China ao Subcontinente Indiano vai-se num pulo. O Everest Montanha é um pequenino Nepal em plena Avenida do Brasil, com direito a estátua de Buda com oferendas e empregados a usar o clássico topi na cabeça. O onion baji, um pastel de cebola à base de farinha de grãos e especiarias, chega à mesa estaladiço, bem como a chamuça de frango frita na altura. Mas as verdadeiras estrelas da casa desfilam em pequenos rechauds com panelinhas de cobre – caso do Prawn Xacuti, camarões guisados com leite de coco e especiarias, acompanhados de um perfumado arroz basmati.

A festa de sabores do outro lado do mundo completa-se, ainda, com opções que estão sempre a surgir aqui e ali. Como o novo Edo Sushi (na Avenida do Brasil, 114C),  o Chirashi Alvalade, The Sushi Box, o Palácio de Buda (Rua Marquesa Alorna, 24C) e os seus pratos indianos e nepaleses… Então, prontos para o picante?